Barueri / SP - sexta-feira, 19 de abril de 2024

Peelings Químicos

PEELINGS QUÍMICOS


Desde a antiguidade o ser humano percebeu que após abrasões ou esfoliações, a pele possui a surpreendente capacidade de renovar-se a partir de suas camadas mais profundas, mantendo a pele sã e com aspecto jovial; Cleópatra utilizava "leite azedo" para manter sua pele limpa, suave e livre de impurezas; já na Idade Média as mulheres utilizavam o "vinho velho" repetitivamente em seus rostos para obterem os mesmos resultados. Com estudos e resultados positivos pelo Dr. Stütgen na Alemanha em 1959, da dermoabrasão no tratamento de algumas doenças da pele como a psoríase, utilizando o ácido retinóico, até os dias atuais, muitos foram os agentes de peelings pesquisados e utilizados, gerando uma gama de possibilidades terapêuticas nos diversos casos de lesões cutâneas.

A palavra peeling vem do inglês que significa tirar a pele, despelar, descamar.

Os peelings constituem uma forma acelerada de esfoliação induzida por diversos agentes, resultando na destruição controlada de porções da epiderme e/ou derme com subseqüente regeneração de novos tecidos.

 Anatomo-fisiologia da pele:

Diferenciam-se 3 camadas na pele:

  • Epiderme (externa)
  • Derme (intermediária)
  • Hipoderme (interna)

A Epiderme é constituída de células epiteliais, dispostas em camadas, que, considerando o sentido de dentro para fora, recebem os seguintes nomes: germinativa ou basal, espinhosa, granulosa, lúcido e córnea. É na camada germinativa onde se originam as células e vão pouco a pouco ganhando a superfície, durante este trajeto vão sofrendo modificações graduais em sua forma e composição química, até perderem o núcleo à nível da camada córnea e se descamarem naturalmente. Este deslocamento de células é constante e o ciclo completo ocorre em torno de duas semanas em pessoas jovens e cerca de trinta e cinco dias para aquelas pessoas de em torno de cinqüenta anos de idade.

A Derme é subdividida em duas camadas a papilar e a reticular. Na derme encontramos uma grande quantidade de vasos (arteriais, venosos e linfáticos), nervos e terminações nervosas.

A Hipoderme é ricamente constituída de tecido gorduroso.

ALTERAÇÕES DA PELE GERADA PELOS PEELINGS

A descamação superficial das camadas mais externas ativa um mecanismo biológico que estimula a renovação e o crescimento celular resultando na aparência externa mais saudável e bonita, pelas alterações profundas na arquitetura celular tais como:

  • Hiperplasia dos queratócitos
  • Aumento da espessura da epiderme
  • Diminuição da quantidade de melanina depositada
  • Aumento na produção de fibras colágenas, na irrigação sangüínea e na compactação do estrato córneo.

Além dos fatores acima relacionados a dermoabrasão aumenta a permeabilidade cutânea, favorecendo a penetração de princípios ativos coadjuvantes no tratamento pós peeling necessários a reepitelização completa.

CLASSIFICAÇÃO DOS PEELINGS

Os peelings podem ser classificados segundo:

O agente indutor da descamação:

  • Mecânicos - variam desde receitas caseiras como cristais de açúcar com fubá, lixas, cremes abrasivos com microesferas de material plástico aos aparelhos de microdermoabrasão por fluxo de cristais ou as lixas de ponta de diamante.
  • Físicos - Laser, gelo seco.
  • Químicos - uso de substância(s) química(s) isolada ou combinada no intuito de se obter o agente mais adequado a cada caso para graus variados de esfoliação.

 

A profundidade do peeling:

  • Superficial: da camada córnea até a derme papilar
  • Médio: da derme papilar até a derme reticular superior
  • Profundo: com ação na derme reticular média e profunda

As complicações dos peelings aumentam de acordo com a profundidade, portanto quanto mais profundo maior o risco das complicações; um peeling superficial é incapaz de causar hipo ou hiperpigmentação ou ainda cicatrizes, já os peelings profundos estas complicações podem ser observadas

Os médicos que utilizam o peeling podem utilizar diferentes veículos e concentrações e do tempo de contato com a pele para obter o resultado planejado.

 

TIPOS DE AGENTES NOS PEELINGS QUÍMICOS

FENOL: São inegavelmente os mais eficazes. É um peeling de exclusividade médica.

Possui um grande poder de esfoliação, pois penetra profundamente até no nível da derme reticular, sendo assim indicado para rugas profundas, peri-orais e para tratar as queratoses mais severas.

A sua principal desvantagem é a sua cardiotoxidade, nefrotoxidade e depressora do Sistema Nervoso Central; havendo a necessidade de ser realizada em ambiente hospitalar devido a obrigatoriedade de sedação por ser muito dolorida para o paciente.

Pode-se utilizar oclusão parcial ou total da face para aumentar a ação do produto conseqüentemente a profundidade.

Deve-se suspender o uso da tretinoína e ácido glicólico antes da aplicação por potencializar a penetração da droga.

Existe uma fórmula mais recente, com menor poder de toxidade, denominada de Exoderm, com a característica principal de não se aprofundar além da camada de Grenz, desta maneira diminui-se a absorção do produto pelos vasos dérmicos, diminuindo assim sua toxidade.

 

RESORCINA: É um agente cáustico do grupo dos fenóis, mas com propriedades diferentes, dando maior segurança em sua utilização, pode ser utilizado como esfoliante na forma de pasta em concentrações que variam de 10 a 70%, ou associados à outras substâncias como na solução de Jessner.

A pasta pode ser aplicada sobre a pele através de uma espátula de madeira ou com os dedos enluvados, deixando em contato com a pele por até 20 minutos de acordo com o estado da pele. Depois de seca a máscara é retirada com a espátula e o que restar com gaze embebida em água.

O peeling com Solução de Jessner é superficial, podendo ter sua profundidade de ação um pouco mais profunda quanto maior as passagens repetidas da solução.

A vantagem é quanto a sua estabilidade e baixo custo; já a desvantagem é a possibilidade de reação alérgica e intoxicação que aumentam com as passagens múltiplas.

É indicada para tratamento da acne, discromias e peles rugosas, hiperpigmentação pós-inflamatória, pode ser utilizada em peles mais escuras, com tendência à hiperpigmentação.

Indica-se fazer teste prévio de sensibilidade.

ÁCIDO TRICLOROACÉTICO (TCA): Os peelings com este tipo de ácido são excelentes para o tratamento da pele actinicamente danificada. Apresenta menor risco de complicações quando comparados aos peelings mais profundos como o de Fenol por criarem feridas que só atingem a derme superior. Por outro lado, devido a sua natureza mais superficial, não tem a mesma eficácia dos peelings de Fenol para melhorar cicatrizes e rugas profundas.

O TCA tornou-se o ácido preferido para os peelings químico de profundidade superficial e média, apesar de que pode ser utilizado nos peelings profundos, mas existe um consenso de que nesta última situação, é, geralmente, um procedimento mais arriscado do que o peeling profundo de fenol. Parece que o TCA em concentrações de 50% ou superiores tem a possibilidade de criar mais cicatrizes do que outros agentes de peelings, usados de procedimentos de profundidade semelhante, por este motivo o TCA deve ser reservado à peelings de profundidade superficial e média.

O TCA diferente de outros agentes de peeling, não apresenta toxidade sistêmica conhecida, nem relatos de reação alérgica. Não apresenta melanotoxidade associada ao fenol, o custo é baixo e possui boa estabilidade.

As concentrações usuais variam de 10 a 75% em solução aquosa e pode ser aplicada com gaze ou cotonete evitando-se o pincel, quando a lesão tratada adquire cor branca (Frost) significa a precipitação das proteínas. Neutraliza-se com solução alcalina. As sessões podem ser reiteradas a cada 30-40 dias.

O peeling de TCA pode ser feito isoladamente ou associado com outros agentes como o ácido glicólico e solução de Jessner. Estes agentes realizam um trabalho superficial, mas quando associados ao TCA a 30-35% transformam-no em um peeling profundo, evitando o uso do TCA a 50% que oferece grandes riscos de provocar cicatrizes.

Esta indicado nas seguintes situações:

  • Melasmas
  • Efélides
  • Cicatrizes de acne
  • Queratoses actínicas
  • Hiperpigmentação pós-inflamatória
  • Rugas finas
  • Fotoenvelhecimento

É um peeling médico quando utilizado em concentrações superiores à 35% e em concentrações inferiores a 35% pode ser realizado pela cosmetóloga-esteticista sob supervisão médica.

Blue Peel  O Rejuvenescimento com o Azul   

O peeling é um método utilizado para tratamento das alterações da pele. A intenção é acelerar o processo de renovação celular à partir das camadas mais profundas da pele ao mesmo tempo em que elimina as camadas mais superficiais , envelhecidas.

A pele é dinâmica, viva, é um órgão em constante renovação. Todos os dias células novas são produzidas e outras são eliminadas. Mas com o passar dos anos diminui a velocidade de renovação das células. O processo de envelhecimento e a luz solar fazem então aparecer as temíveis rugas, manchas, flacidez e aspereza.

Uma das dificuldades do Peeling, e que pode levar à complicações,  é determinar exatamente a quantidade aplicada e a conseqüente profundidade atingida com a substância química, qualquer erro neste cálculo pode trazer maus resultados

Uma nova técnica de Peeling foi descrita, trata-se do Blue Peel. É um Peeling que usa o ácido tricloroacético, e neste aspecto é igual aos outros, a diferença e que este ácido é misturado com uma substância azul, que fica bem visível e permite então saber com maior facilidade a profundidade da ação do medicamento evitando as  complicações. O azul do Blue Peel, portanto, é apenas uma sinalização de segurança, que deixa o método mais fácil para o médico e mais seguro para o paciente, o que permite obter melhores resultados.

O Blue Peel é aplicado após um preparo da pele com condicionamento facial . É indicada para pele envelhecida, aspereza, rugas finas e pigmentação (manchas) além de acne. O processo é realizado em consultório, sem necessidade de anestesia e dura em torno de meia hora. A tinta já é retirada no final do processo. Segue-se um processo de descamação que dura de 7 a 10 dias quando os resultados já podem ser observados. O método pode ser usado também em outras partes do corpo, como mãos e braços.

É claro que os métodos convencionais de peeling, com ácido tricloroacético ou com ácido glicólico também produzem, bons resultados, mas o Blue Peel vem tendo grande aceitação nos EUA e Europa pela facilidade de manuseio e segurança.

 

     A moderna pesquisa médica, mesmo contando com todos esses recursos, ainda aplica grandes somas no mundo todo à procura de novos métodos. Esses tratamentos, já são muitos conhecidos e já são rotina em muitos centros do mundo, e trazem benefícios inegáveis á estética feminina. No entanto, é importante lembrar, que existe uma medida que pode ser usada isoladamente ou junto com os tratamentos, que é simples, muito eficiente, fácil de empregar e o que é mais importante, não é dispendiosa: A proteção solar. Evitar a exposição ao sol é uma eficiente ação para evitar o envelhecimento facial.  Os novos tratamentos como o Blue Peel, são cada vez mais eficientes quando bem indicados e novos avanços são esperados, mas nenhum cuidado será duradouro se houver a manutenção do hábito de se expor ao sol sem proteção.

EASY-PEEL: É o mais novo dos peelings, constituído por uma solução de TCA de concentração inferior a 15% e um creme terapêutico que se aplica depois da esfoliação. Não se pode utilizar nem antes e nem depois do peeling álcool e acetona para a higiene, pois se corre o risco da esterificação de Fisher, ao permitir uma penetração mais importante do produto esfoliante.

 

Esta esterificação de Fisher consiste em um álcool somado a um ácido orgânico dá um éster - o grupo -OH da água vem do ácido. É uma reação reversível.

 

A solução esfoliante pode ser aplicada inclusive sobre a pele não higienizada e até sobre a maquilagem. Ao finalizar a aplicação da solução deixa secar e aplica o creme terapêutico, que não é retirado.

 

A freqüência de peeling é semanal consecutivo por um total de 4 semanas.

Recomenda-se ao paciente não usar nenhum tipo de jóias nos dias posteriores imediatos ao tratamento.

 

 ÁCIDO RETINÓICO: Também denominado de Vitamina A ácida, seu uso é justificado por promover a descompactação da camada córnea, diminuição no espessamento epidérmico e aumentar a síntese do colágeno. Estimula os queratinócitos por melhorar a distribuição dos melanócitos e por produzir uma normalização epidérmica; elimina os queratinócitos atípicos e impede a formação de queratoses, sendo indicado para o tratamento do fotoenvelhecimento, portanto atua em patologias onde há hiperqueratinização e é também associado a agentes despigmentantes nos tratamentos de hipertrofias.

Muito utilizado no tratamento da acne por ter ação comedolítica e esfoliante. É largamente utilizado no pré peeling químico e a laser, como preventivo da hiperpigmentação pós-inflamatória, garante uma uniformidade na aplicação do agente do peeling e promove uma reepitelização mais rápida.

O ácido retinóico pode ser utilizado no rosto, mãos, colo, pescoço, dorso e braços.

O ácido retinóico está disponível em várias concentrações 0,01% a 0,1% em cremes ou gel para uso pelo próprio paciente e em concentrações mais elevadas (1 a 5%) para uso em consultório, sob supervisão médica, neste último caso as aplicações poderão ser feitas a cada 1 ou 2 semanas e em número variável de acordo com a resposta de cada paciente, a descamação inicia-se em torno do 2º e 3º dia pós-peeling.

Durante todo o período do tratamento e posteriormente é necessário o uso do filtro solar e também de cremes hidratantes com hidrocortisona.

 ALFA-HIDROXIÁCIDOS (AHA's): Pertencem ao grupo de ácidos orgânicos de cadeia não muito ampla que tem em comum o grupo HIDRÓXIDO em posição ALFA ou posição 2. O mais simples (e o da molécula de menor tamanho muito importante na hora da penetração pela pele) é o ácido glicólico de 2 carbonos.

Fontes naturais de AHA:

  • Ácido Glicólico: Cana de açúcar, Beterraba, Uva, Alcachofra e Abacaxi.
  • Ácido Lático: Fermentação bacteriana da glicose.
  • Ácido Málico: Maçãs
  • Ácido Tartárico: Uva
  • Ácido Cítrico: Laranja e Limão
  • Ácido Manecilla: Amêndoa Amarga

Mecanismo de ação: Uma das características de uma pele muita desidratada é o engrossamento de seu estrato córneo, processo conhecido como hiperqueratinização; esta se produz por um menor grau de descamação das capas externas, devido à uma maior coesão dos corneócitos entre si. Traduz-se num aspecto externo muito característico da pele seca: aspereza ao tato, pouca flexibilidade, profundamento de rugas.

Há várias moléculas na pele que intervêm controlando o grau de descamação: a água, os retinóides, os AHA's e os Alfa-acetoxiácidos (AAA), que são os antagonistas naturais dos AHA's; destes com exceção dos AHA's, tendem a aumentar o grau de descamação, entretanto os AHA's tendem a diminuí-lo.

Este processo dependerá, em último caso, da força de coesão que existe entre os corneócitos: uma maior coesão intercorneocitária menor o grau de descamação e vice-versa.

A coesão entre corneócitos se dá pela união iônica especialmente pelas Pontes de Hidrogênio que une duas cadeias proteicas. Agora os AHA's pode-se colar e se interpor entre as duas, com dois resultados ou efeitos diferentes:

  1. A baixa dose de AHA, as cadeias são ligeiramente separadas e o AHA aumenta a ponte e a união, não se rompe. Assim o número de Pontes de Hidrogênio e a Plasticidade - Hidratação é melhorada: Efeito Fílmico
  1. A dose mais alta de AHA (8-20% aproximadamente) as cadeias se rompem, se separam e aumentam rapidamente a descamação, quer dizer, produz-se a separação - efeito esfoliante: efeito refinador.

A diferença de concentração para passar de um efeito a outro é muito estreita.

Resumindo:

  1. Baixas doses de AHA: efeito de Plasticidade-hidratação
  1. Altas doses de AHA: efeito Esfoliante-descamante

Histologicamente os AHA's observa-se redução da adesão dos corneócitos, espessamento epidérmico, compactação do estrato córneo, aumento na deposição de mucina estimulando também a produção (síntese) de fibras colágenas dérmicas.

A diferença entre queratolíticos típicos (resorcina, ácido salicílico, TCA, retinóico), estes atuam sobre os corneócitos maduros, superficiais, de fora para dentro; enquanto os AHA's atuam sobre os corneócitos germinativos, primitivos, profundos (fases de formação do estrato córneo) de dentro para fora.

As indicações para este tipo de peeling são:

Fotoenvelhecimento, acne, eczema hiperquerostático, queratose actínica, rugas finas e melasma, efélides.

A execução do peeling de ácido glicólico deve ser cuidadosamente planejada; a seleção do agente desengordurante, a concentração e o pH do ácido glicólico, o tempo de exposição e a localização de distúrbios específicos dependem da cuidadosa avaliação de cada paciente. Os tipos de pele 1 e 2 de Fitzpatrick são, muitas vezes, mais sensíveis e menos tolerantes, e exigem concentrações

mais baixas e tempos de exposição menores. A pele fotodanificada e mais velha tolera mais facilmente concentrações mais elevadas e tempos de exposição maiores.

Para a realização do peeling de ácido glicólico é importante concentração acima de 50% e grau de pH. O pH em torno de 1,5 causa maior irritação do que com pH em torno de 2,5. O ácido glicólico é encontrado a 70% em solução alcoólica ou em gel. O peeling de ácido glicólico a 70% é tempo dependente e superficial e pode ser repetido à cada 15 dias.

O ácido glicólico a 70%, provoca epidermólise em 3 a 7 minutos, dependendo do tipo de pele e da espessura da camada córnea.

Os peelings com ácido glicólico parecem seguros, pois são muito superficiais. A formação de cicatrizes é extremamente rara.

Embora a pele torne suave, é preciso lembrar que nenhuma quantidade (por maior que seja) de peelings com ácido glicólico eqüivale a um peeling médio a profundo com TCA ou fenol.

 O Ácido Mandélico é um derivado da hidrólise de um extrato de amêndoas amargas e que tem sido estudado amplamente por seus possíveis usos no tratamento de problemas comuns de pele, tais como, fotoenvelhecimento, pigmentação irregular e acne. Experimentos demonstram que o ácido mandélico é útil para conter pigmentação, tratar acne inflamatória não-cística e rejuvenescer a pele fotoenvelhecida. Além disso, foi comprovada sua utilidade na preparação da pele para peeling à laser (Resurfacing) e na ajuda da cicatrização e prevenção de infecções bactérias gram-negativas após este procedimento.  A molécula do ácido mandélico é maior que a molécula do ácido glicólico e por esta razão, penetra lentamente. Apresenta semelhança química com o ácido salicílico com sua ação anti-séptica somada às atividades dos Alfa-Hidroxiácidos. Sua formulação em gel fluído, promove um peeling que atua de maneira homogênea e superficial. É usado em conjunção com Peeling Abrasivo, de ação química e mecânica que possui base cremosa abrasiva que ao ser massageada produz um polimento, removendo parte do extrato córneo. A esfoliação química se obtém pela mistura em proporções iguais de Ácido Salicílico e Rosorcina à 5%. Pode utilizado com segurança em peles Fitzpatrick de I a VI, sendo feito em intervalos de 15-20 dias, conforme tolerância do paciente, num mínimo quatro aplicações.

 

ÁCIDO SALICÍLICO: É um beta-hidroxiácido, utilizado como agente queratolítico na concentração de 3 a 5% . Topicamente na tratamento da acne pode ser utilizado em concentrações que variam de 2 a 10%, em peeling utilizado na forma de ungüento com concentração de 50%, com ou sem oclusão, para os casos de queratose actínica e seborréicas, lentiginoses no dorso da mão e do antebraço; na face é utilizado em solução alcoólica à 35% por cerca de 5 minutos, seguida de neutralização com água, neste caso indicado para clareamento da pele, atenuação de rugas e tratamento de comedões. A descamação se inicia em torno do 4-5º dia prolongando-se por cerca de 10 dias, com eritema e edema mínimos, podendo ser repetidos a entre 2 a 4 semanas.

 

CUIDADOS PÓS-PEELING

Durante as primeiras semanas:

  • Aspergir água e colocar compressas frias em infusões de camomila sobre a área do peeling Hidratações semanais no consultório - que ajudará a retirar as crostas residuais, diminuir o edema e facilitar a reepitelização.
  • Uso de hidratantes com filtros solares diariamente, renovando as aplicações várias vezes ao dia.
  • Evitar expor-se a luz solar, lâmpadas fluorescentes ou mudanças bruscas de temperatura.
  • No caso de hipersensibilidade ou prurido utilizar hidrocortisona 0,10% tópica.

Após as primeiras duas semanas: (De acordo com cada situação)

  • Uso diário de gel ou creme com ácido glicólico em concentrações de 8 a 15% por vezes associados a despigmentantes (ác. fítico, hidroquinona) nas áreas com manchas, cicatrizes ou rugas residuais.

Após quatro a seis semanas:

  • Tratar cicatrizes ou manchas residuais com um novo peeling localizado (retoque) ou através da prescrição de outros agentes esfoliantes de uso tópico.

Após a normalização da pele devemos instituir um tratamento diário tópico preventivo e de manutenção

COMPLICAÇÕES DO PEELING QUÍMICO

Poderão ser mínimas através do preparo pré-peeling e recomendações pós-peeling, principalmente no tocante à fotoproteção. Algumas complicações que poderão ocorrer:

  • Hiperpigmentação pós-peeling (pós-inflamatória) - pela falta de cuidados com exposição solar nas primeiras semanas, para tratar esta situação deverá ser utilizado substâncias despigmentantes diariamente à noite e às vezes realização de um novo peeling de resorcina.
  • Queimaduras (pouco freqüentes, e mais observadas ao uso do fenol, podendo gerar sequelas hipocrômicas)
  • Cicatrizes - Deve-se postergar ao máximo a retirada das crostas nos dez primeiros dias pós-peeling, evitando-se desta forma escoriações, feridas e conseqüentemente manchas ou cicatrizes. A crosta inicial protege nos primeiros dias a pele nova e só deve ser retirada pelo médico nunca pelo próprio paciente ou por seus familiares.
  • Dermatite de contato irritativa ou alérgica: prescrever antiinflamatórios tópicos à base de arnica, camomila ou Aloe vera, e nos casos mais intensos hidrocortisona 0,10%, raramente há necessidade de usar antibióticos.
  • Infecção. - pouco frequente
  • Linhas de demarcação.
  • Eritema persistente 

 

Todas as informações contidas neste material têm a intenção de informar, NÃO pretendendo, de forma alguma, substituir orientações medicas.

Decisões relacionadas ao tratamento de pacientes devem ser tomadas pelo médico, considerando assim as características de cada paciente.

 

 FONTE:

Laboratório Pineda

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